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Conhecida como uma das melhores Bienais já feitas, a “Bienal da Antropofagia” teve como curador-geral Paulo Herkenhoff e como curador-adjunto Adriano Pedrosa. O conceito, extraído das raízes da cultura brasileira, permeou o trabalho de todos os 76 curadores envolvidos com a exposição, assim como resultou em potentes exposições individuais dedicadas a cada uma das 53 Representações Nacionais. A curadoria trabalhou com ideia de contaminação e pôs em diálogo obras de brasileiros contemporâneos com obras do Núcleo Histórico.

Presidente da Bienal: Julio Landman
Curador-geral: Paulo Herkenhoff
Curador-adjunto: Adriano Pedrosa

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"Fundamentalmente, existe uma contradição básica para esta idéia de Representações Nacionais que o processo da arte contemporânea no mundo de globalização e da conseqüente busca da diferença inserem: são as migrações de artistas por exílios, diásporas ou desejo de buscar o centro ou a periferia. Na experiência de individualidades, é difícil falar de um artista como "representante nacional". No catálogo da exposição 'Information', Hélio Oiticica e Cildo Meireles, dois artistas brasileiros, escreveram, sem consulta mútua, algo semelhante e pertinente para esta problemática que ora se enfrenta na Bienal de São Paulo. Cildo afirmou "Estou aqui, nesta exposição, não para defender uma carreira ou nacionalidade", enquanto Hélio declarou: "não estou representando o Brasil ou qualquer outro lugar[ ... ]".

HERKENHOFF, Paulo. "Ensaio de diálogo". In XXIV Bienal de São Paulo, volume 3, Representações Nacionais. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998, p.28 (catálogo de exposição)

"A primeira ideia do crítico Paulo Herkenhoff foi misturar obras de artistas originalmente distantes no tempo e no espaço por meio da noção (talvez o curador preferisse “conceito”) genérica de “contaminação”. A partir daí se chegava ao conceito histórico de “antropofagia”. Assim, a XXIV Bienal deveria partir do Manifesto Antropófago (1928), de Oswald de Andrade, para discutir o conceito antropofágico como elemento formador da identidade cultural brasileira: “eu queria que ela tivesse um ponto de partida traçado a partir da cultura brasileira, mas entendendo que a nossa cultura é filiada à cultura ocidental, mas com tensões, diferenças e singularidades".

ALAMBERT, Francisco e CANHÊTE, Polyana. As Bienais de São Paulo da era do Museu à era dos curadores (1951-2001). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p.206

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