menu
busca
Playlist Pavilhão aberto 2022
04 Jul 2022
Programa Pavilhão aberto de 2019 © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo,
Caminhe pelo Pavilhão ouvindo músicas que dialogam com a história da Bienal 📻

Já pensou em aproveitar o programa Pavilhão aberto ouvindo uma playlist elaborada pela equipe da Fundação Bienal? Nossa equipe preparou uma seleção de músicas que têm relação com cada encontro do programa, dialogando com cada eixo temático. Ouça abaixo no Spotify! Nesta mesma página, após o player, você encontra curiosidades sobre as faixas e os motivos pelos quais elas foram escolhidas para acompanhar as visitas, em cada encontro. 🎵

Saiba mais aqui sobre a programação do Encontro 4 do Pavilhão aberto 2022, que acontece no sábado 5 de novembro.

Playlist - Encontro 4 (5/10): 

Na 29ª Bienal (2010), a estrutura organizativa da exposição tomou emprestada a noção de terreiro. Ao total foram seis espaços que, cada um a sua maneira, operaram de maneira específica na mostra. Para a playlist #4 do Pavilhão aberto 2022, usamos músicas de artistas que ativaram os terreiros "O outro, o mesmo" e "Eu sou a rua". Esses dois espaços se aproximaram com a leitura popular dada aos terreiros, onde se assume como um lugar de encontro.

1. Dente de Ouro, Tião Carvalho

2. Ciranda Indiana, Mawaca

3. Dembwa - 10 de agosto, Tiganá Santana

4. Andar Com Fé, Jorge Mautner e Nelson Jacobina

5. Aquarela do Brasil, Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene

6. Tá na Hora do Pau Comer, Coco de Umbigada

7. Tempo, Seu Estrelo e o Fuá de Terreiro

8. Daomé, Mestre Lumumba

9. Pisa na Tradição, Comunidade Jongo Dito Ribeiro

Playlist - Encontro 3 (16/07): 

10. Short Waves 1985, Emanuel de Melo Pimenta
Emanuel de Melo Pimenta participou da programação musical da 18ª Bienal (1985) com a performance Concerto para o inconsciente, na qual 40 músicos, espalhados pelo Pavilhão da Bienal, transformaram o prédio de Oscar Niemeyer em uma grande caixa acústica. Pimenta é arquiteto, músico e artista multimídia e a música “Short Waves”, criada com sons de rádio de ondas curtas captadas em florestas brasileiras, foi adotada pelo dançarino Merce Cunningham para acompanhar uma de suas coreografias.

11. Itaipu: Mato Grosso, Philip Glass
O compositor estadunidense Philip Glass participou como artista convidado de algumas Bienais e, no fim dos anos 1980, escreveu quatro músicas para coral que intitulou de Itaipú, que significa “pedra que canta”, em guarani. Essas composições se tornaram a trilha sonora para a ópera Mattogrosso, do dramaturgo e ator Gerald Thomas, performada no Theatro Municipal de São Paulo, como parte da 20ª Bienal (1989). 

12. Indivisível, José Miguel Wisnik
A letra desta música foi escrita pelo designer gráfico André Stolarski, falecido em 2013. A composição foi apresentada por Zé Miguel Wisnik e Celso Sim no vão central do Pavilhão da Bienal durante a mostra comemorativa 30 x Bienal - Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição (2013). Stolarski colaborou em 4 edições da mostra, e sua composição para o cartaz da 30ª Bienal (2012), desenvolvida durante um workshop de criação da identidade visual da exposição, é um dos trinta criados para representar a 30ª Bienal (2012).

13. Funarius Rufus: A profecia do João de Barro, Luiza Crosman e Negalê Jones
Luiza Crosman, artista da 33ª Bienal (2018), criou com o artista sonoro Negalê Jones essa faixa para o audioguia da mostra, trazendo uma mixagem de sons captados por Jones no Pavilhão da Bienal e no Parque Ibirapuera.

14. Isso pode, Mariana Aydar e Nuno Ramos
Com letra de Nuno Ramos, esta música faz parte do álbum Pedaço duma asa (2015), gravado em parceria com Mariana Aydar. Ramos participou de quatro Bienais com obras diversas, de pintura à instalação. Na 29ª Bienal (2010), projetou uma grande instalação no vão central que, além de tocar as músicas “Carcará” e “Bandeira branca” (esta última dá título à obra), era composta por dois urubus vivos, que voavam pelo espaço, contidos apenas por uma tela de tecido que contornava o guarda-corpo da rampa do Pavilhão da Bienal.

15. Should I stay or Should I Go, The Clash
O artista albanês, Anri Sala participou da 25ª Bienal (2002) e da 29ª Bienal (2010). Nesta última, apresentou o trabalho Le Clash, um vídeo que mostrava o interior de uma casa de shows de punk rock desativada em Bordeaux, na França, reativada momentaneamente com trechos da canção Should I Stay or Should I Go?, da banda inglesa The Clash. A mesma melodia podia ser ativada por uma pequena caixa de música instalada numa das vidraças do Pavilhão da Bienal. O resultado sonoro é sutil, demanda a aproximação do corpo.

Playlist - Encontro 2 (11/06): 

16 e 18. As músicas Recusa, de Angela Maria e São Paulo Quatrocentão, de Garoto, estavam no topo das paradas da época.

17. Parangolé, Aguilar e a Banda Performática
Esta música homenageia o artista Hélio Oiticica e foi composta pelo multi-artista e curador José Roberto Aguilar com a Banda Performática, um coletivo criado em 1981 que experimentava uma fusão de linguagens como performance, poesia, pintura, dança e música. A banda teve algumas formações, e a primeira contava com Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Tuba, Lanny Gordin, Go, Noris e Lenira. Aguilar participou de várias Bienais entre as décadas de 1960, 70 e 80, e foi premiado na 9ª e na 14ª Bienal (1967 e 1977).

19. O, Fischerspooner
Uma performance musical da dupla Fischerspooner abriu a 28ª Bienal (2008) com sonoridade eletrônica e figurinos elaborados. Para sua participação nessa edição da Bienal, idealizaram um teatro experimental unido à música pop. “O” é uma faixa do álbum Odyssey, lançado em 2005.

20. O Mundo (Panela de Pressão), BNegão
O vão central do Pavilhão da Bienal foi cenário de alguns shows durante a 34ª Bienal (2020-2021). Serviu de palco a obra deposição, de Daniel de Paula, Marissa Lee Benedict e David Rueter, uma estrutura que formava uma pequena arena e que um dia foi uma roda de negociação de grãos em Chicago (EUA). Uma das apresentações musicais foi a do compositor, cantor e músico BNegão, que era MC da lendária banda Planet Hemp (ao lado de Marcelo D2). O rapper preparou um setlist especial, com algumas faixas até então inéditas de seu primeiro disco solo, Metamorfoses, Riddims e Afins, e apresentou uma seleção de músicas que fizeram parte da sua carreira, além de homenagens/versões de mestres da Música Preta Brasileira, como Dorival Caymmi, Jorge Ben e Nelson Cavaquinho.

21. Hade tata, Neo Muyanga e Renée Reznek
O músico e artista visual Neo Muyanga colaborou com a pianista Renée Reznek nesta música que integra o álbum From My Beloved Country: New South African Piano Music, inspirado no país onde ambos nasceram, a África do Sul. Muyanga, junto com o grupo Legítima Defesa e Bianca Turner, realizou a performance A Maze in Grace no Pavilhão da Bienal em fevereiro de 2020, inaugurando a 34ª Bienal. Essa apresentação é o resultado do estudo musical e histórico da música “Amazing Grace”, uma canção agregadora e afetiva, associada à música negra e à história da luta abolicionista nos Estados Unidos.

22. Head Off State, Mutombo Da Poet 
Durante a viagem de pesquisa para seu projeto na 32ª Bienal (2016), a artista Vivian Caccuri conheceu Mutombo Da Poet, poeta e performer de Acra, Gana. Da Poet colaborou com a artista na obra TabomBass (2016), um sistema de som feito com alto-falantes empilhados, como ocorre em festas de rua, e instalado no 2º andar do Pavilhão da Bienal. A música “Head Off State” integra o álbum homônimo, lançado em 2020.

23. 2/1, Brian Eno
Essa composição minimalista do inglês Brian Eno foi uma das peças musicais escolhidas pela curadora de música da 19ª Bienal (1987), Anna Maria Kieffer, para ser tocada ao vivo pelo próprio compositor na semana de inauguração da exposição. Kieffer escreveu que a música de Eno é “capaz de transformar espaços físicos em espaços sonoros, melhorando a relação das pessoas com seu meio ambiente”.

Playlist - Encontro 1 (15/05): 

24. Sh-Boom, The Crew Cuts e 25. Tempinho Bom, de Adelaide Chiozzo
Em 1954 comemorou-se os 400 anos da Cidade de São Paulo. O Parque Ibirapuera foi construído para os festejos, cuja programação incluiu a 2ª Bienal (1953-54), célebre por ter apresentado o painel Guernica, de Picasso. Esse grande complexo arquitetônico e paisagístico redefiniu o desenho urbano da cidade e sua inauguração pretendia impulsionar uma nova fase na história de São Paulo. No dia 21 de agosto daquele ano, os festejos atraíram pessoas de várias cidades e origens com exposições, feiras, espetáculos, restaurantes, arte, música e culinária típica de vários países. Selecionamos essas músicas, que estavam no topo das paradas, para transportar você para essa época:

25. Vedete da favela, Virgínia Rodrigues
Essa música foi composta pela escritora Carolina Maria de Jesus, cujos cadernos manuscritos foram expostos como um dos enunciados da 34ª Bienal (2020-21). Gravada pela própria escritora em 1961, a música conta sobre a vida na favela, tema também de seu livro Quarto de despejo (1960). Virgínia Rodrigues a regravou para seu álbum Cada voz é uma mulher (2019), e conta que “é [sua] homenagem a uma grande escritora e compositora brasileira, que vem de onde eu vim, que tem a mesma raça que eu, a mesma classe social que a minha”.

26. As árvores, Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes, além de compositor e cantor, é artista visual e participou da 24ª Bienal (1998) com o trabalho Colagem, uma sobreposição de cartazes impressos em tipografia. A música “As árvores” faz parte do álbum Um som, lançado no mesmo ano dessa edição da Bienal.

27. Tambores, O Grivo
Quem chegava ao térreo do Pavilhão da Bienal, na 28ª Bienal (2008), encontrava um conjunto de engenhocas feitas de madeira, latas e fios. Eram instrumentos sonoros que a dupla Marcos Moreira e Nelson Soares construiu em sua pesquisa sonora, a obra chamada Duas máquinas. “Tambores” é outro trabalho do grupo musical experimental brasileiro, composto em 2006, para o álbum O Grivo.

28. Bolero, Maurice Ravel
Durante a 29ª Bienal (2010), os dias eram marcados por essa música de Ravel que, em crescendo, ressoava pelo Pavilhão da Bienal – sempre nos mesmos horários, três vezes ao dia, três dias por semana. No início escondidos, os músicos saiam de frestas das paredes e depois circulavam pelo prédio. Integrantes da Escola de Música do Estado de São Paulo, os músicos executavam “Bolero” como parte da obra A Movement without Development, da dupla Allora & Calzadilla, artistas convidados daquela edição da Bienal.

29. Bienal, Zeca Baleiro
O compositor Zeca Baleiro lançou essa música no álbum Vô imbolá, de 1999. O primeiro verso dela – “desmaterializando a obra de arte do fim do milênio” – remete ao título da 23ª Bienal (1996). Essa edição teve uma sala especial dedicada ao pintor estadunidense Jean-Michel Basquiat, também citado por Baleiro na letra da música (“Com a graça de Deus e Basquiat / Nova York, me espere que eu vou já”).

30. Mamãe Oxum, Heitor dos Prazeres
Heitor dos Prazeres seria hoje considerado um multi-artista. Era pintor, dramaturgo, músico e compositor. Sua pintura Moenda, premiada na primeira Bienal, em 1951, faz parte da coleção do Museu de Arte Contemporânea da USP. Também foi homenageado na 15ª Bienal (1979) com uma sala especial. Dentre suas diversas criações estão figurinos de peças teatrais, como o vestido que desenhou para “O guarda-chuva”, encenado pelo Ballet do IV Centenário em 1954, mesmo ano da inauguração do Parque Ibirapuera. “Mamãe Oxum” é parte do álbum Macumbas & Candomblés, gravado em 1958, cuja capa era uma pintura de Prazeres.

31. Panic in Babylon, Lee ‘Scratch’ Perry
Lee ‘Scratch’ Perry era um ícone da música internacional famoso por desenvolver o dub (o remix de músicas existentes) em meados dos anos 1970, em seu renomado estúdio Black Ark Studio na Jamaica. Ele também era artista visual e suas obras cobriam as paredes de seu estúdio. Algumas delas foram expostas na 34ª Bienal (2020-21). “Panic in Babylon” foi lançada no álbum homônimo em 2004, quando Perry tinha 68 anos.

32. Music for Marcel Duchamp, John Cage
O artista e músico estadunidense John Cage teve destaque na 18ª Bienal (1985), quando composições suas foram executadas no Pavilhão da Bienal. Dentre elas, “Music for Marcel Duchamp”, composta em 1947, que é dedicada a outro artista de grande importância na história da arte ocidental.